Panis et Nonsenses... !!!

Divagações, momentos, memórias, delongueadas, poulaineadas, patetices, cinismo, teses de sentido e validade duvidosos, jedaizices, incoerências ambíguas e sem lógica, e supercalifragilistiexpiralidosações em geral! Ou seja, eu... eu acho!!! Constante inconstância exclamativo-interrogativa... acho que isso diz muito e pouco, dependendo da ótica

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Não creio que esse perfil mereça algum esforço de boa descrição... Não que este daqui mereça, mas: http://www.orkut.com.br/Main#Profile.aspx?uid=995235312369024623

Saturday, September 17, 2005

Ran... não a do brejo!

Bem vindos às ultimas coisas que eu escrevo com 17 anos. Vamos ver o que sai...

Primeiramente, venho justamente falar sobre o desconforto que é, para mim, aniversariar. Sabe, sempre me sinto o estranho no ninho no dia que começa o mês e na semana e dia da fatídica data. E acho que, mesmo eu sendo paranóico e totalmente assustado com o tempo (eu tenho uma relação bem conflituosa com isso e acho que a tendência é aumentar), não tem muito a ver com o fato de ficar um ano mais velho, nem nada... Talvez seja o sentimento de saber que, há poucos anos, eu não era eu... tecnicamente, eu não era! Mas não, não é isso também... Mais provável, talvez, é o fato de ter “um dia para si, o seu dia” e, com isso, ficar em uma certa evidência sem ter mérito nenhum (p*, você simplesmente ficou vivo; é cada vez mais difícil tal proeza, eu sei, mas espero que diste muito de hoje o dia em que devamos nos vangloriar disso publicamente)... não que eu odeie ficar em evidência em relação aos outros, mas isso só é confortável quando há um mérito sustentando isso...
Bem, esquece... tudo bem.
Toco ainda no fato de fazer 18 anos, que não sei por que raios foi instituído como maioridade (não que eu discorde, mas queria saber o porque, deve ser uma história interessante... nos tempos bíblicos, eram 30 anos!). Minha maior alegria que seria tirar carteira de motorista ainda em 2005 já foi pro escambau, como descrevi num dos posts anteriores. Eu não sou exatamente “o baladeiro”, ter mais de 18 poderá eventualmente me ajudar a entrar em algum barzinho mais restritivo e show, mas não creio que mude muito, sou relativamente caseiro. Também não vai me prejudicar, não vou chorar porque serei julgado normalmente caso mate alguém... não é algo que eu pratique muito, sabe, jogar Banco Imobiliário é um esporte mais suave e combina mais com a minha personalidade! Em síntese: poderia parecer um “aniversário especial”, mas no final da contabilidade é a mesma coisa, com o agravante de que mal vou poder curti-lo (estudar a semana toda para uma prova geral sábado, e há ainda o Enem domingo; cara, vida de vestibulando é pior do que a de um besouro do esterco)!

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Fiquei devendo o comentário do “Ran” no último post. Antãoces, vai hoje!
Creio que o Akira Kurosawa é o diretor japonês mais famoso no ocidente e, junto a “Os Sete Samurais” (ainda não vi; Hollywood fez versão, “Sete homens e um destino”), “Ran” (que significa ‘caos’) é o filme mais famoso.
A base é o Rei Lear shakespeareano, onde o rei é escorraçado pelos filhos assim que esses assumem o poder, ambientado no Japão feudal, com toda aquela valorização colossal da honra, do clã, da família, das conquistas do passado. Aborda alguns pontos muito interessantes: o rei marginalizado vagando pelas terras e enlouquecendo enquanto vai se dando conta da magnitude da atitude dos filhos, encontrando com pessoas de quem ele havia tomado posses/honra e matado a família; os elos e fraquezas da vassalagem; a vingança dormente da nora, cuja família e castelo haviam sido humilhados e dizimados pelo rei e agora, casada com seu filho, podia manipular esse para findar com o pai...
Faz jus ao título, é mesmo um caos! Maior concentração de sofrimento, dor e confusão por m² da história. Se você acha que o personagem está totalmente acabado, conteste-se: provavelemnte ele ainda tá com um calo no pé e você nem sabe!
A qualidade da imagem, para um filme de 1985, deixa um pouco a desejar, item secundário diante da interpretação intensa do rei louco. Não é exatamente o tipo de filme onde você nem pisca, mas tem seus momentos de profunda fixação, seja na parte dramática ou nas batalhas e tomadas, com um número bem grande de figurantes. As paisagens japonesas foram realmente muito bem escolhidas, lindo lugar, e os castelos idem... Ah, e ganhou o Oscar de melhor figurino (não sei se o O$car sempre diz algo... mas mereceu!)!
As batalhas!!! Gente, o Tarantino gosta de sangue mas esse homem... é poça vermelha, tomatão na parede, soldado se arrastando cheio de flechas no peito, pilha de corpos com os olhos revirados! Puxa! Não surpreende que muitas dessas cenas tenham sido vetadas na Alemanha, como li na Internet (mas sou bem contra esses vetos)! Li ainda que ele fez storyboards de praticamente todo o filme nos 10 anos anteriores e que precisou de muita assistência para realiza-lo, pois já estava bem debilitado.
Gostei sim, aproveita-se muita coisa... mas o “Sonhos” (o outro Kurosawa que eu vi) é bem mais o meu estilo. Um filme cheio de simbolismo (não que esse não seja, pelo contrário) onírico e suave, com passagens memoráveis (Van Gogh...!!!), uma beleza sutil e com tanta coisa (simples e interessante) a dizer... Não comentarei agora, mas recomendo por demais!

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Imperdoável: nunca coloquei aqui nenhuma letra dos Beatles!!! Como eu fã incondicional, eu até merecia um tapa na cabeça por isso! Reparando o erro, vai uma das que mais gosto (das 50 que mais gosto, hehehe; ish, impossível escolher uma...)

Here, There And Everywhere
__
To lead a better life,I need my love to be here.
_
Here, making each day of the year
Changing my life with a wave of her hand
Nobody can deny that there's something there.
There, running my hands through her hair
Both of us thinking how good it can be
Someone is speaking but she doesn't know he's there.
_
I want her everywhereand
if she's beside me I know I need never care.
But to love her is to need herEverywhere,
knowing that love is to share
each one believing that love never dies
watching her eyes and hoping I'm always there.
_
I want her everywhereand if she's beside me
I know I need never care.
But to love her is to need her
.Everywhere, knowing that love is to shar
eeach one believing that love never dies
watching her eyes and hoping I'm always there.
_
I will be there, and everywhere.
Here, there and everywhere.
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Outro fato imperdoável: já coloquei algumas imagens da Julie Delpy aqui, mas niente da Natalie Portman!!! Perdão, Nat, eu mereço uma surra (“Yes, oba oba oba!”, hahahahahhaha!)! Eis aqui uma lindíssima mulher, pessoal:

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Aqui mais uma de minhas temáticas de pensamento momentâneas idiota!
Todos já perceberam que, logo após cortar o cabelo, é quase impossível que esse fique bonito. (Pensando agora, acho que isso vale mais para corte masculino...) Demora uma semana ou duas para que ele assente, “aprume”, “laçeie” corretamente, no momento do corte ele fica todo desformatado. Ou seja: a pobre cabeleireira nunca vê sua obra no auge (a não ser que ela seja mãe, vizinha ou companheira da aula de tricot do cliente)!!! Não é tristíssimo isso, pessoal? Situação essa que não ocorre com o barbeiro, mas acontece em algumas outras profissões também (merd, no momento a cabeça trava e não me ocorre nenhum dos 528 empregos em que isso se repete).
Deve ser terrível ter uma profissão onde você só tem contato com a fase inicial do projeto, não tendo a oportunidade de ver como fica a obra na sua plenitude... Mesmo a criatura que solda o chassi do automóvel numa linha de montagem: ela pode sair na rua e ver dezenas de carros inteiros circulando.

Desculpem por esse pequeno raciocínio... momento estúpido!

***

Até logo! Favor comentar e vão pela sombra!
Obs: Esse post foi escrito ao som da Marcha Turca de Mozart, dos Beatles, dos Platters, do Jimi Hendrix, do Pink Floyd, Benny Goodman, Norah Jones, de Chico Buarque... e outros!
Obs2: Não estou com paciência para revisar isso agora... vai o texto cru mesmo!

Sunday, September 11, 2005

Wouldn't it be nice?

Saudações calorosas (com direito a ar condicionado, porque esse blog é 'diluxi', hahaha!), visitante panisetnonsenseante!
Após um sábado de pequenas cositas (entre elas, consertar meu clarinete, que me sacaneou ao perder uma sapatilha na primeira música da apresentação e me obrigou a trasportar em tempo real todas as músicas para a outra oitava enquanto tocava... humpf!), cá está mais um post.
Ah, e também após um magnífico luau ontem by Maria Clara, com fogueirona, cachorro-quente, violões com Pink Floyd, danças e coreografias dignas do Bolshoi (Marilia, jura que não bebeu nada mesmo?), conversas sobre Beatles e a dinâmica socialista em relação ao jovem (e mais dezenas de temas, né Iuri, companheiro-mor de filosofias viajantes?), um dedinho de poesia e apreciação de estralas... Alguém me mande as fotos, per favore!!!!!
Deviam instituir um feriadão desses (aqui foi dia da padroeira na quinta, então deu pra emendar tudo) por mês! :-D
***

Eu ia comentar aqui sobre as comemorações da nossa independência (pausa pra rir até chorar) e o quanto me surpreendeu o fato de, no desfile desse ano (eu fui porque a Banda tocou, portanto eu junto...), as escolas criticarem a estrutura do país, os escândalos mensalônicos, esse tipo de vergonha... isso é ótimo, esses desfilezinhos estão perdendo aquele caráter imbecil de lavagem cerebral que tinham na época da ditadura, onde só se falava que o Brasil era muito grande, do futuro e estava no rumo ideal; meu pai disse que, no seu tempo de escola, ele era obrigado a comparecer e receber um carimbo ainda!
Mas esqueçam... tô mais inspirado pra me revoltar contra o serviço militar obrigatório!
Sim sim, não passei na primeira seleção (segundo eles, um sorteio) no início do ano e na segunda-feira vou ter que perder aulas e uma manhã toda para me apresentar no Tiro de Guerra. Sinceramente, tenho certeza que é uma carreira que muita gente pode gostar, crescer, aprender, se adaptar bem e ter aptidão... mas esse não é o meu caso!!!
Não repudio totalmente esporte, mas nunca me destaquei em nada. Já sou bem disciplinado, patriota, não vou sair destruindo o patrimônio público nem cuspirei em bandeira ou brasão qualquer por falta de instrução, não acho que isso vá me ajudar muito e nem que eu possa ajudar o país desse modo. Tem muita gente que pode aproveitar isso bem melhor que eu, não é a minha praia! Segundo meu pai, uma coisa com certeza eu aprenderia lá: a ficar bêbado, naquelas intermináveis noites de guarda.
A princípio, via como único lado positivo aprender a atirar... mas nem isso eu quero mais, eu sou incapaz de matar mosca e já sei que votarei cegamente a favor da proibição da venda de armas no plesbicito de outubro.
Eu não gosto de instituições militares com seus jeitões e filosofias, mas até que compreendo o fato de elas necessárias (por hora)... só não me inclua nessas! Maldito Olavo Bilac, além de fazer um monte de poesia rala e tontinha ainda me ferra ao ajudar a instituir a obrigatoriedade disso! Será que, se não fosse obrigatório, não conseguiriam o contingente mínimo?
Agora eu corro o risco de não poder ir pra faculdades ano que vem, após todos esses anos malditos de estudo (e uma certa grana considerável investida), porque tenho que ir no pátio fazer flexões (a minha cara isso, né?)? Não, não pode ser... Mas eu estou otimista, acho que escapo!!!!!!!!!!
A menos que o sargento seja o Bilko (Steve Martin em "Um Sargento Trapalhão), hahaha!
***

Pessoas de outros estados, os paulistas merecem ser humilhados! Só agora é que prenderam o Maluf!!! Demorouuuuuuuuuuuuuuu! Podem xingar mesmo, a gente foi imperdoavelmente lerdo...
***

Tudo o que escrevi aí em cima é de ontem e já devia ter sido publicado, mas não o foi por falta de vontade, tempo e porque eu achei que ia escrever mais coisas. Queria comentar sobre o filme “Ran”, do Akira Kurosawa, mas vai ficar pra outra... fica publicado só isso mesmo!

Só pra não acabar assim, sem nada, vai uma musica dos Beach Boys! Eles tem algumas coisas realmente muito gostosas de se ouvir (o líder, Brian Wilson, é muuuito estranhão... outro dia comento sobre!) e hoje coloco aqui uma do disco mais famoso, “Pet Sounds”. Nos anos 60, eles venderam disco pra caramba com “rockzinho de surf” (não tenham preconceito para com, nem tudo é babaca!) e poderia até dizer que tentaram bater de frente com os Beatles (e em certos arranjos vocais, maravilhosos, acho que até os superam), se bem que esse título cabe melhor nos Monkees... Bem, enfim, espero que gostem!
Eu adoro essa musiquinha. Podem chamar de boba, tontinha, o que for... eu curto e muito! (Repara na penúltima estrofe: simplezinha, singela e sincera... dizendo TUDO!)


Wouldn't It Be Nice
Beach Boys
_
Wouldn't it be nice if we were older
Then we wouldn't have to wait so long
And wouldn't it be nice to live together
In the kind of world where we belong
You know it's gonna make it that much better
When we can say goodnight and stay together
_
Wouldn't it be nice if we could wake up
In the morning when the day is new
And after having spent the day together
Hold each other close the whole night through
_
Happy times together we've been spending
I wish that every kiss was never ending
Wouldn't it be nice
_
Maybe if we think and wish and hope and pray
It might come true
Baby then there wouldn't be a single thing we couldn't do
We could be married
And then we'd be happy
Wouldn't it be nice
_
You know it seems the more we talk about it
It only makes it worse to live without it
But let's talk about it
Wouldn't it be nice

Até logo, pessoas! Boa semana e comentem! E, para finalizar, uma foto maluca que não tentarei explicar (tô cansadão hoje)... quem sabe do que se trata, sabe e pronto!

Sunday, September 04, 2005

Matando um Danone!!!

Hey, muchachos e muchachas!
Andei meio na correria, sem cabeça e tempo hábil desocupado (tempo ocupado com estudos, provas e até funeral) pra escrever aqui! Mas vortei! Hoje vou publicar uma crônica-fic (não é fan-fic porque eu não sou fã) rapidinha, que fiz hoje. Deixe-me explicar: a minha perspicaz ‘amiga-prima-mestra Jedi’ Ana (que, por sinal, aniversaria na terça... PARABÉNS!) notou há tempos o fato de que o ator Sean Bean morre em praticamente todo filme que aparece! É sério, gente! (Obs.: Pra quem não é bom com nomes e/ou cinema, o Sean fez o Boromir, irmão de Faramir, em “O Senhor dos Anéis”... e morre logo no primeiro!”). Então, pensava eu ao assistir “A Ilha” (apanhadaço de clichês, de Orwell/Huxley a “THX1138”, com uns buracos, mas nem por isso chega a ser ruim): “Caramba, só eu não matei o Chambinho (pronuncie o nome dele rápido, parece nome do Danoninho!) ainda”!!! E então saiu isso!Algumas amigas minhas gostariam de matar o Danone de outro modo, né, hehehehe! Ele morreria feliz uma vez na carreira! Bem, mas não é minha praia, não entendo disso de ator barbudo, hehehe!!!

Espero que gostem... Fo assim que matei "Chambinho"!

***

Matando um Danone... !!!

Bateu a porta do apartamento com suavidade. Estava cansado...Uma semana intensa de gravações da nova série de comerciais de iogurte infantil de queijo sabor morango acaba com qualquer um! Jogou o casaco de veludo creme sobre a poltrona e olhou um instante pela ampla área envidraçada da parede; pelo menos o hotel era confortável. Essa paz high-tec que a cidade ganhava depois do pôr-do-sol, em meio a aqueles prédios espelhados refletindo a escuridão uns nos outros... bem, acho que pode-se chamar isso de poesia da modernidade. Sua última noite na metrópole, ao menos naquele mês...
Foi até o frigobar procurar uma cerveja. Um dia todo cercado por potes de danone em forma de coraçãozinho fazia-o merecedor de uma Heinken gelada. Abriu a lata com habilidade e, quando tirava os sapatos foscos e preparava-se para esticar um pouco as pernas em frente ao canal de notícias ou baseball, reparou no vulto que olhava-o da varanda.
Titubeou, as sobrancelhas saltaram uns bons 20cm e , tropecando ao agarrar o abajour, falou impacente:
-Quem raios está aí? Saia logo!
Vindo da sacada escura, lentamente e com a serenidade de um bispo, apareceu um jovem dentro de um casaco a la Scotland Yard. Magro, quase poderia ser classificado como alto, de olhar penetrante e quase transparente, mal barbeado e de expressão despreocupada, ele esboçou um semblante divertida:
- É mesmo o Sean Bean, ator, correto?
- Pra você, Mr. Bean, invasor de araque... Vou ligar pra segurança e...
- Calma, calma! Ainda não... E, tem certeza sobre isso de Mr. Bean? Assim eu me lembro do Rowan Atkinson dirigindo seu Mini Morris em Londres, com um Teddy Bear sem olhos no banco do passageiro...
- Esquece, cara! Eu vou mesmo ligar para a segurança e você... Hey, como foi que entrou aqui? - Ele segurava o abajour art-nouveau como Boromir a sua espada...
- Vejo que não esqueceu a empunhadura que aprendeu na Nova Zelândia... - comentou - Mas, vamos ao que interessa, preciso conversar contigo, senhor.
- Como é que é? Eu chego no meu quarto, cansado, e encontro um fã maluco querendo conversar! Eu...
- Sente-se no sofá e me ouça, acho que mereço isso! Senão não estaria aqui, você me entenderá. E, a propósito, eu não me considero seu fã, apesar de achar bem legais os filmes onde o senhor atuou. Tirando o fato do senhor morrer sempre...
- Ei, ei, ei, repita isso!
- É justamente sobre isso que vim aqui conversar hoje: o senhor morre demais!!! Quando tem algum filme com a sua cara no cartaz, é aposta de 100 contra 1 que não chega vivo no final! Eu estava na cidade hoje, li por acaso numa coluna estúpida do jornal que haveria sessão de autógrafos neste hotel hoje após filmar o comercial de Chambinho e resolvi vir aqui matar uma vontade: matar o senhor, com todo o respeito.
Sean Bean arregalou os olhos, como uma criança que descobre que o Papai Noel é só o tio Adalberto numa roupa vermelha (espero que crianças não leiam isso, eu me sentiria eternamente culpado). A luz do abajou que segurava queimava nesse exato momento.
- V-v-você disse que veio me matar?
- É, bem, mais ou menos isso. Sabe, eu cansei de ver todo mundo te matando, acho que eu também sou filho de Deus. Até um orc já te matou... eu não posso passar o resto da minha vida sem matar o Chambinho, digo, o Sean Bean.
- Você fala... me matar mesmo? - a cena de chuveiro de Psicose parece conto de fadas perto da tensão expressa pela barba enrijecida do ator.
- O quê? - o jovem gargalhou - Claro que não! Eu sou descarado a ponto de invadir a suite de um hotel pra matar uma vontade, mas não pra matar um homem. Aliás, eu nunca mataria um homem. Talvez a Marcia Lucas, mas isso são outros quinhentos...
- Eu também odeio a Marcia e... ei, mas então o que faz aqui?
- Isso, ora! - e, de dentro da sua capa negra, puxou uma arma usada em jogos de paintball, um rifle esquisito que disparava pequenas balas de tinta, que melavam o alvo com guache.
Sean tomou um tiro na testa e um na altura do ventrículo esquerdo do coração, ficando ele e todo o carpete manchados de tinta lavável vermelha. O ator largou o abajour e, apesar de ainda assustado, começou a rir enquanto tirava o sangue sintético do rosto.
- Você driblou a segurança desse prédio todo pra dar um banho de tinta num cara que morre em filmes, rapaz?
- Uma vez por ano eu esqueço o bom senso e resolvo fazer algo totalemnte inimaginável e inesperado... nada que vá prejudicar ninguém, claro. Esse ano foi o senhor... No ano passado, eu invadi o quarto do Woody Allen e convenci ele a tocar clarinete comigo por algumas horas. A gente agora ensaia toda sexta-feira a tarde e o grupo toca no pub às...
- Guri, você se diverte de um jeito muito interessante, acho que anotarei sua dica.
E, após alguns segundos, sentou-se no sofá (era impressão ou o intuito dele era melar o apartamento todo com aquela gosma?) e começou a matutar, preocupado.
- Ei, você, nem pense em sair por essa porta! - deteve o jovem, que já guardava novamente a arma e se despedia e "desculpava-se por qualqer coisa") - Precisamos conversar sobre algo!
- Olha, tio, já te aviso que meu negócio é mulher e nem por toda a grana desse mund...
- Cala a boca, rapaz, não é nada disso, credo! Quero que me diga se realmente acha ruim o fato de que eu sempre morro nos filmes.
- Tá de brincadeira, né? Isso vai afundar a sua carreira, ela vai morrer assim! Nesse rítmo, vais acabar fazendo ponta em comédia teen do Cinema em Casa!
- Mas o meu empresário sempre disse que... bem... eu tinha jeito pra coisa!
- É inegável, mas você precisa se esforçar pra chegar vivo no final de um filme!
Do nada, Sean Bean começa a chorar e a contar que, na infância, era sempre ele que morria no "polícia e ladrão", que o irmão decepou o seu indiozinho do Forte Apache, que ele sempre morria nos teatros da escola. Era uma velha sina que o perseguia. O invasor, tocado (e segurando um pouco seu lado humorístico, pois era difícil sufocar piadas ao ver um ator de Hollywood melado de tinta num sofá de hotel chorando porque morria muito...), sentou-se na outra poutrona e teve com ele uma conversar franca, dizendo que ele atuava bem, que amigas dele o achavam lindo e adorariam estar naquele quarto no momento (e forneceu a ele alguns telefones de seu palmtop), que era só ler mais roteiros e mandar seu empresário (o mesmo de Ozzy Osbourne e Robert Smith) catar coquinhos na Flórida. Valorizou a família dele, pediu pra ver fotos dos filhos, levantou a moral da funérea criatura, que conhecia mais caixão que o Zé Mojica Marins. Mostrou que a vida e a carreira de um ator poderia ser bem mas legal, apra ele e para o grande público. Ficaram por duas horas conversando, ali, em meio ao tapete manchado e uma dúzia de latas de cerveja pilsen. Sean até passou para o seu "terapeuta" uma receita secreta da família pra fazer bolo de chocolate com amêndoas...
Em poucos meses, Chambinho estrelou um longa em que vivia até o final (e dava tchauzinho até depois do final dos créditos, pasmem!), o maior sucesso de sua carreira até o momento, indicado aos festivais de Veneza, Canne, New Jersey, Kuala Lumpur e Sucupira do Sul. O invasor, agora amigo, que era recém-formado em cinema, por meio dos contatos de Sean, conseguiu um bom cargo em uma grande produtora... e teve sua segunda faculdade, a de psicologia, paga como presente por Chambinho, o homem que viveu!!!
Ces't fini!

***

Ontem, a caminhada matinal de sábado rendeu! Passei numa loja de música e livros usados e achei por banana, além de um CD da Nina Simone, o livro do Groucho Marx!!!

Então, vão aqui algumas frases do Groucho (idolozão, ele era fantástico; algum dia comento aqui algum dos filmes dos Marx Bros.)!

* Há tantas coisas mais importantes que o dinheiro! Mas custam tanto!
* Atrás de um homem bem sucedido, existe uma mulher. E, atrás desta, existe a mulher dele.
* Não entro para clubes que me aceitam como sócio (acho que é a mais famosa)
* Disseram que dei vexame bebendo champagne no sapato de Sophia Loren. Não é verdade. Derramei fora quase metade porque ela se recusava a tirar o maldito pé do sapato.

Agora, uma música cantada pela Nina Simone! Essa aparece no "Antes do Pôr-do-Sol" (percebam que eu não me canso de falar sobre esse filme).

Just In Time
Nina Simone

Let's go
Just in time you found me just in time
Before you came my time was running low
I was lost them losing dice were tossed
My bridges all were crossed nowhere to go
Now you're here now
I know just where I'm going
No more doubt or fear I've found my way
Your love came just in time you found me just in time
And changed my lonely nights that lucky day

Just in time

Before you came my time was running low oh baby
I was lost them losing dice were tossed
My bridges all were crossed nowhere to go
Now you're here now I know just where I'm going
No more doubt or fear I've found my way
Your love came just in time you've found me just in time
And changed my lonely nights and changed my lonely nights
And changed my lonely nights and changed my lonely nights
And changed my lonely nights that lucky day


(Obs.: Desavisados, na foto não é a Nina... não poderia perder a oportundade de colocar outra foto da Julie, hehehe ;-D)!
***

Boa semana, pessoal! Por favor, comentem!
Acho que no feriado volto aqui...