Panis et Nonsenses... !!!

Divagações, momentos, memórias, delongueadas, poulaineadas, patetices, cinismo, teses de sentido e validade duvidosos, jedaizices, incoerências ambíguas e sem lógica, e supercalifragilistiexpiralidosações em geral! Ou seja, eu... eu acho!!! Constante inconstância exclamativo-interrogativa... acho que isso diz muito e pouco, dependendo da ótica

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Não creio que esse perfil mereça algum esforço de boa descrição... Não que este daqui mereça, mas: http://www.orkut.com.br/Main#Profile.aspx?uid=995235312369024623

Thursday, January 29, 2009

Adesso, um ritornello!

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E vejamos, retoma-se o Panis! Motivos? Bem, nenhum muito claro, assim como o do cansaço em que ele morreu, pero houve um agente incitante, uma saudade pontual dele que às vezes surgia e dessa vez me motivou a voltar.
Lá no Estúdio, onde esse ser é estagiário, estava eu por esses dias sentado em uma ilha (semi-metafóricas elas, sabe), brigando com um bendito programa Adobe para que achasse meus arquivos associados ao projeto e quase enfartando por isso, quando surgiu o assunto da contratação de um novo estagiário na mesa do centro da sala. As ilhas tem suas separações, mas convergem na mesa central, onde sempre tem uma sulfite rabiscada ou um copo vazio do ItalianCoffee-azia-instantânea. Todos opinávamos sobre os c.v.s enviados, com perfis, cursos, experiência... E, em um deles, de uma sucinta estudante de jornalismo, a menina indicava o endereço de seus três blogs!
Não é ótimo? Sim, deveria sim se colocar blog, perfil do orkut, myspace, picasa, flickr e tudo mais! Se eles querem uma identidade pessoal do candidato, nada melhor, material fresco para contrapor à ficha crua e à entrevista, ora! (Sem condenar os sábios que vivem bem sem essas bobagens e não tem nada a apresentar, a menos que o cargo peça um perfil cyber-pop-teen, por exemplo...) E, nessas, me deu essa saudade do meu blog, que martelou por esses tempos sem passar e, que puxa, me motivou a colocar isso aqui.
Curioso, é uma janela especular, uma auto-permissão ao voyeur mas sem os moldes dos sites de relacionamento. A se levar a sério, para valer, se não como conteúdo, como elemento de expressão, digno de alguma credulidade (e de nosso precioso tempo ‘de vagal’ na internet) ou não.
Me veio na cabeça o fato de eu ter me inscrito no site da Record para “O Aprendiz Universitário”. Oui, atirando para todo lado, como podem ver, meu assombro me fez vencer a lúcida idéia de que um tímido pouco fotogênico e articulado, de dicção criticável e muito crítico, não combina nem tem chance nesse perfil de empreitada. Pois bem, o fato é que, dentre outros dados triviais esperáveis, me era pedido o link do perfil no orkut!!! Será que alguma boa alma mal paga da produção (taí um emprego a se pleitar, na Record!) chegou a ler minhas caixas roxas? Porco cane...

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Tentei pensar no quanto mudei desde o tempo que larguei isso aqui. Não que seja uma eternidade, mas é um tempo bom, especialmente para um jovem curioso e em tempos de formação e metamorfoses.
Sinto que era mais tolo e ingênuo, também menos corajoso e desafiador em relação ao externo. Fiquei menos esperançoso, ou, melhor dizendo, costumo passar menor parcela do tempo esperançoso. Fiquei mais cínico e um pouco mais amargo (o que, de certo modo melhorou a minha ironia, que por sua vez infelizmente parece não estar vindo com a instantaneidade de antes), um pouco cético a estruturas. Desejei mais vezes que o tempo pudesse voltar, seja para correções ou para se viver novamente algo. Desejei poder modelar o espaço, sem considerar a Relatividade. E, Relatividade à parte, tenho confirmado que relativizar é um veneno que deve ser evitado em questões realmente sérias, porque fere mais do que ajuda a crescer.
Deixei uma barba, que tende a ficar no meu rosto, se esse verão chuvoso- mas-de-dias-abafados-até-derreter-os-óculos-de-sol não me fizer suar até a medula, merde allors. Me sinto um pouquinho menos ignorante, e como conseqüência, por conhecer mais coisas e seus universos cheios de links e possibilidades, me sinto cada vez ignorante... é o paradoxo do descobrir. E, com o desgaste somado a uma maldita náusea sartreana ocasional, que eu odeio, menos capacitado de aprender mais, mais burro. Cada vez mais acho que sei um pouquinho de uma porção de coisas, e nada suficientemente bem, o que me frustra imesamente. Passei por diversos momentos do tom “puxa, como vivi até agora sem conhecer isso?!” ou “que puxa, já escrevi sobre isso, já pensei nisso, e aqui está tudo tudo colocado de um modo muito melhor, que ótimo”; o que deve ser encarado como combustível para continuar, embora nem sempre seja possível. Bene, no mínimo um bom acúmulo.
Creio que continuo um amigo leal, com bons amigos confiáveis, o bastante para sentir que não tenho tempo suficiente para vê-los e conversar com a freqüência que mereceríamos. E continuo gostando de ficar sozinho, porque quando eu digo que ‘não gosto de Gente’ e riem, muitas vezes duvidam que para muitos momentos isso é muito sério, cazzo. O que também é paradoxal, porque a solidão só serve para se sentir e refletir melhor sobre as experiências de troca e compartilhar, os processos, que eu ainda acho que são uma das linhas-mestras do que se deve buscar na vida. Porque é bonito, porque é produtivo, porque assim é que a gente, como seres não-iluminados em formação, pode crescer e evoluir. Se divertindo e degustando essa paisagem, naturalmente.

Para não fechar no meu sincero e saboroso (para mim, para quem lê não sei se o é) devaneio, mais uns itens concretos para ler em velocidade, em ordem absolutamente aleatória,, lá vai: tirei mais fotos, amei, tive cálculo renal, não fui a batizados mas acho que fui a um velório, dirigi por aí com muito prazer e autoconfiança, comi coisas estranhas, admirei mais pessoas, tive crises de fé, gastei dinheiro em coisas que o mereciam sem arrependimento, ainda assim continuei sendo um mão de vaca, pratiquei pirataria cultural, fui um músico mais medíocre e um escritor perdido, ouvi mais cellos do Bach, ouvi mais Beethoven, ouvi JohnNdPaulNdGeorgeNdRingo e Los Hermanos e Jorge Drexler, continuei evitando remédios, valorizei ainda mais minha família, trabalhei, continuei questionando e gostando um pouco de tristeza, mantive as ilusões infantis e inofensivas, perdi alguma paciência, cuidei de plantas e papéis e objetos diversos com afeição, chorei na Fontana e em quadros, chorei, dei alegria e tive alegria agápica com isso, vi uma porção de filmes e livros e creio que não cabe aqui alongar apesar de o ter feito com a música sabe-se lá pour quoi, andei com sapatos confortáveis, mantive endereço e números, estudei, fui rejeitado para doação voluntária de sangue, tomei vinhos secos com lasanha branca, tomei Coca e chá, continuei melancólico e insisti em achar lados belos nisso, fiquei bem mais tolerante, continuei fazendo questão de ser muito chato, usei chapéu panamá, observei anônimos, invejei meu cachorro.
Puxa, que coisa “revisão de Reveillon” atrasada, credo...


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Bem, post um pouco auto-referencial demais para meu gosto pateta, fica uma tira do Liniers, que é simplesmente a Passatempo do fundo do pacote dentre os ainda ativos, e um link youtubico, só para diferenciar multimidiamente isso de um diário, já que esse post fala de blogs... Tentarei voltar às minhas paranóias mais divertidas e ou produtivas nas próximas, “tcherto”? Au revoir.

{Perdão, a tira está falhando... esquece...}
http://br.youtube.com/watch?v=YfJrwLJJp3A