Panis et Nonsenses... !!!

Divagações, momentos, memórias, delongueadas, poulaineadas, patetices, cinismo, teses de sentido e validade duvidosos, jedaizices, incoerências ambíguas e sem lógica, e supercalifragilistiexpiralidosações em geral! Ou seja, eu... eu acho!!! Constante inconstância exclamativo-interrogativa... acho que isso diz muito e pouco, dependendo da ótica

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Não creio que esse perfil mereça algum esforço de boa descrição... Não que este daqui mereça, mas: http://www.orkut.com.br/Main#Profile.aspx?uid=995235312369024623

Sunday, September 04, 2005

Matando um Danone!!!

Hey, muchachos e muchachas!
Andei meio na correria, sem cabeça e tempo hábil desocupado (tempo ocupado com estudos, provas e até funeral) pra escrever aqui! Mas vortei! Hoje vou publicar uma crônica-fic (não é fan-fic porque eu não sou fã) rapidinha, que fiz hoje. Deixe-me explicar: a minha perspicaz ‘amiga-prima-mestra Jedi’ Ana (que, por sinal, aniversaria na terça... PARABÉNS!) notou há tempos o fato de que o ator Sean Bean morre em praticamente todo filme que aparece! É sério, gente! (Obs.: Pra quem não é bom com nomes e/ou cinema, o Sean fez o Boromir, irmão de Faramir, em “O Senhor dos Anéis”... e morre logo no primeiro!”). Então, pensava eu ao assistir “A Ilha” (apanhadaço de clichês, de Orwell/Huxley a “THX1138”, com uns buracos, mas nem por isso chega a ser ruim): “Caramba, só eu não matei o Chambinho (pronuncie o nome dele rápido, parece nome do Danoninho!) ainda”!!! E então saiu isso!Algumas amigas minhas gostariam de matar o Danone de outro modo, né, hehehehe! Ele morreria feliz uma vez na carreira! Bem, mas não é minha praia, não entendo disso de ator barbudo, hehehe!!!

Espero que gostem... Fo assim que matei "Chambinho"!

***

Matando um Danone... !!!

Bateu a porta do apartamento com suavidade. Estava cansado...Uma semana intensa de gravações da nova série de comerciais de iogurte infantil de queijo sabor morango acaba com qualquer um! Jogou o casaco de veludo creme sobre a poltrona e olhou um instante pela ampla área envidraçada da parede; pelo menos o hotel era confortável. Essa paz high-tec que a cidade ganhava depois do pôr-do-sol, em meio a aqueles prédios espelhados refletindo a escuridão uns nos outros... bem, acho que pode-se chamar isso de poesia da modernidade. Sua última noite na metrópole, ao menos naquele mês...
Foi até o frigobar procurar uma cerveja. Um dia todo cercado por potes de danone em forma de coraçãozinho fazia-o merecedor de uma Heinken gelada. Abriu a lata com habilidade e, quando tirava os sapatos foscos e preparava-se para esticar um pouco as pernas em frente ao canal de notícias ou baseball, reparou no vulto que olhava-o da varanda.
Titubeou, as sobrancelhas saltaram uns bons 20cm e , tropecando ao agarrar o abajour, falou impacente:
-Quem raios está aí? Saia logo!
Vindo da sacada escura, lentamente e com a serenidade de um bispo, apareceu um jovem dentro de um casaco a la Scotland Yard. Magro, quase poderia ser classificado como alto, de olhar penetrante e quase transparente, mal barbeado e de expressão despreocupada, ele esboçou um semblante divertida:
- É mesmo o Sean Bean, ator, correto?
- Pra você, Mr. Bean, invasor de araque... Vou ligar pra segurança e...
- Calma, calma! Ainda não... E, tem certeza sobre isso de Mr. Bean? Assim eu me lembro do Rowan Atkinson dirigindo seu Mini Morris em Londres, com um Teddy Bear sem olhos no banco do passageiro...
- Esquece, cara! Eu vou mesmo ligar para a segurança e você... Hey, como foi que entrou aqui? - Ele segurava o abajour art-nouveau como Boromir a sua espada...
- Vejo que não esqueceu a empunhadura que aprendeu na Nova Zelândia... - comentou - Mas, vamos ao que interessa, preciso conversar contigo, senhor.
- Como é que é? Eu chego no meu quarto, cansado, e encontro um fã maluco querendo conversar! Eu...
- Sente-se no sofá e me ouça, acho que mereço isso! Senão não estaria aqui, você me entenderá. E, a propósito, eu não me considero seu fã, apesar de achar bem legais os filmes onde o senhor atuou. Tirando o fato do senhor morrer sempre...
- Ei, ei, ei, repita isso!
- É justamente sobre isso que vim aqui conversar hoje: o senhor morre demais!!! Quando tem algum filme com a sua cara no cartaz, é aposta de 100 contra 1 que não chega vivo no final! Eu estava na cidade hoje, li por acaso numa coluna estúpida do jornal que haveria sessão de autógrafos neste hotel hoje após filmar o comercial de Chambinho e resolvi vir aqui matar uma vontade: matar o senhor, com todo o respeito.
Sean Bean arregalou os olhos, como uma criança que descobre que o Papai Noel é só o tio Adalberto numa roupa vermelha (espero que crianças não leiam isso, eu me sentiria eternamente culpado). A luz do abajou que segurava queimava nesse exato momento.
- V-v-você disse que veio me matar?
- É, bem, mais ou menos isso. Sabe, eu cansei de ver todo mundo te matando, acho que eu também sou filho de Deus. Até um orc já te matou... eu não posso passar o resto da minha vida sem matar o Chambinho, digo, o Sean Bean.
- Você fala... me matar mesmo? - a cena de chuveiro de Psicose parece conto de fadas perto da tensão expressa pela barba enrijecida do ator.
- O quê? - o jovem gargalhou - Claro que não! Eu sou descarado a ponto de invadir a suite de um hotel pra matar uma vontade, mas não pra matar um homem. Aliás, eu nunca mataria um homem. Talvez a Marcia Lucas, mas isso são outros quinhentos...
- Eu também odeio a Marcia e... ei, mas então o que faz aqui?
- Isso, ora! - e, de dentro da sua capa negra, puxou uma arma usada em jogos de paintball, um rifle esquisito que disparava pequenas balas de tinta, que melavam o alvo com guache.
Sean tomou um tiro na testa e um na altura do ventrículo esquerdo do coração, ficando ele e todo o carpete manchados de tinta lavável vermelha. O ator largou o abajour e, apesar de ainda assustado, começou a rir enquanto tirava o sangue sintético do rosto.
- Você driblou a segurança desse prédio todo pra dar um banho de tinta num cara que morre em filmes, rapaz?
- Uma vez por ano eu esqueço o bom senso e resolvo fazer algo totalemnte inimaginável e inesperado... nada que vá prejudicar ninguém, claro. Esse ano foi o senhor... No ano passado, eu invadi o quarto do Woody Allen e convenci ele a tocar clarinete comigo por algumas horas. A gente agora ensaia toda sexta-feira a tarde e o grupo toca no pub às...
- Guri, você se diverte de um jeito muito interessante, acho que anotarei sua dica.
E, após alguns segundos, sentou-se no sofá (era impressão ou o intuito dele era melar o apartamento todo com aquela gosma?) e começou a matutar, preocupado.
- Ei, você, nem pense em sair por essa porta! - deteve o jovem, que já guardava novamente a arma e se despedia e "desculpava-se por qualqer coisa") - Precisamos conversar sobre algo!
- Olha, tio, já te aviso que meu negócio é mulher e nem por toda a grana desse mund...
- Cala a boca, rapaz, não é nada disso, credo! Quero que me diga se realmente acha ruim o fato de que eu sempre morro nos filmes.
- Tá de brincadeira, né? Isso vai afundar a sua carreira, ela vai morrer assim! Nesse rítmo, vais acabar fazendo ponta em comédia teen do Cinema em Casa!
- Mas o meu empresário sempre disse que... bem... eu tinha jeito pra coisa!
- É inegável, mas você precisa se esforçar pra chegar vivo no final de um filme!
Do nada, Sean Bean começa a chorar e a contar que, na infância, era sempre ele que morria no "polícia e ladrão", que o irmão decepou o seu indiozinho do Forte Apache, que ele sempre morria nos teatros da escola. Era uma velha sina que o perseguia. O invasor, tocado (e segurando um pouco seu lado humorístico, pois era difícil sufocar piadas ao ver um ator de Hollywood melado de tinta num sofá de hotel chorando porque morria muito...), sentou-se na outra poutrona e teve com ele uma conversar franca, dizendo que ele atuava bem, que amigas dele o achavam lindo e adorariam estar naquele quarto no momento (e forneceu a ele alguns telefones de seu palmtop), que era só ler mais roteiros e mandar seu empresário (o mesmo de Ozzy Osbourne e Robert Smith) catar coquinhos na Flórida. Valorizou a família dele, pediu pra ver fotos dos filhos, levantou a moral da funérea criatura, que conhecia mais caixão que o Zé Mojica Marins. Mostrou que a vida e a carreira de um ator poderia ser bem mas legal, apra ele e para o grande público. Ficaram por duas horas conversando, ali, em meio ao tapete manchado e uma dúzia de latas de cerveja pilsen. Sean até passou para o seu "terapeuta" uma receita secreta da família pra fazer bolo de chocolate com amêndoas...
Em poucos meses, Chambinho estrelou um longa em que vivia até o final (e dava tchauzinho até depois do final dos créditos, pasmem!), o maior sucesso de sua carreira até o momento, indicado aos festivais de Veneza, Canne, New Jersey, Kuala Lumpur e Sucupira do Sul. O invasor, agora amigo, que era recém-formado em cinema, por meio dos contatos de Sean, conseguiu um bom cargo em uma grande produtora... e teve sua segunda faculdade, a de psicologia, paga como presente por Chambinho, o homem que viveu!!!
Ces't fini!

***

Ontem, a caminhada matinal de sábado rendeu! Passei numa loja de música e livros usados e achei por banana, além de um CD da Nina Simone, o livro do Groucho Marx!!!

Então, vão aqui algumas frases do Groucho (idolozão, ele era fantástico; algum dia comento aqui algum dos filmes dos Marx Bros.)!

* Há tantas coisas mais importantes que o dinheiro! Mas custam tanto!
* Atrás de um homem bem sucedido, existe uma mulher. E, atrás desta, existe a mulher dele.
* Não entro para clubes que me aceitam como sócio (acho que é a mais famosa)
* Disseram que dei vexame bebendo champagne no sapato de Sophia Loren. Não é verdade. Derramei fora quase metade porque ela se recusava a tirar o maldito pé do sapato.

Agora, uma música cantada pela Nina Simone! Essa aparece no "Antes do Pôr-do-Sol" (percebam que eu não me canso de falar sobre esse filme).

Just In Time
Nina Simone

Let's go
Just in time you found me just in time
Before you came my time was running low
I was lost them losing dice were tossed
My bridges all were crossed nowhere to go
Now you're here now
I know just where I'm going
No more doubt or fear I've found my way
Your love came just in time you found me just in time
And changed my lonely nights that lucky day

Just in time

Before you came my time was running low oh baby
I was lost them losing dice were tossed
My bridges all were crossed nowhere to go
Now you're here now I know just where I'm going
No more doubt or fear I've found my way
Your love came just in time you've found me just in time
And changed my lonely nights and changed my lonely nights
And changed my lonely nights and changed my lonely nights
And changed my lonely nights that lucky day


(Obs.: Desavisados, na foto não é a Nina... não poderia perder a oportundade de colocar outra foto da Julie, hehehe ;-D)!
***

Boa semana, pessoal! Por favor, comentem!
Acho que no feriado volto aqui...

8 Comments:

Anonymous Anonymous said...

Olá amigo!!
Como foi essa terrível semana? Espero que tenha ido muito bem.
Adorei seu post (ah como sempre não?) e que imaginação maravilhosa a sua. Adorei muito a sua história, demais, adorei mesmo..hehehe
Um grande beijo pra você amigo

Sunday, September 04, 2005 9:40:00 PM  
Anonymous Anonymous said...

Olá Gus!
Gostei muito do teu texto! Ri muito! rs Você têm tiradas improváveis!
Deixe mais dicas, rapaz! Nina Simone... é muito bom!!!
Ótima semana pra ti!
Abraços!!!

Monday, September 05, 2005 1:23:00 AM  
Anonymous Anonymous said...

adorei aqui, adoro Nina Simone...voltarei!..beijos carinhosos...

Tuesday, September 06, 2005 10:13:00 AM  
Blogger Ronzi Zacchi said...

Ele não morre na Lenda do tesou Perdido.

Tuesday, September 06, 2005 12:04:00 PM  
Anonymous Anonymous said...

OI, adorei o texto: muitas sacadas, como sempre, e o tom autobiográfico muito sutil encaixou perfeitamente. Poderíamos fazer a mesma brincadeira com o coordenador do ENEM (seja lá quem for), só que em vez de tinta poderia sair algo mais coerente com as bobagens que ele faz...

Tuesday, September 06, 2005 6:01:00 PM  
Anonymous Anonymous said...

Adorei a história!
eu me mato para escrever um misera redação qualquer e vc escrve isso sem motivo (modo de flar) acho isso mto fantástico!!
continue escrvendo essas histórias, e mostrando é lógico!!
posso nao saber escrver, mas ler é sempre bom!!

Feriado chegou finalmnte, tenha certeza que nos veremos!!
to sem criatividade para comentar, então vai ser só isso mesmo, só vim dar um oi, e dizer que estou sempre entrando e lendo seus post ok!!

bjão querido!!
t+
m

Tuesday, September 06, 2005 8:58:00 PM  
Anonymous Anonymous said...

Será que as Jedi Ladies ainda não viram isso?!
Está Hilário, Gu. Hilário!
Olha, eu nem sou muito fã do Xambin, mas o seu personagem ficou tão interessante que passei a vê-lo com outros olhos!
Eu dei uma lida geral nos outros posts. Muito me interessou a filosófica discussão sobre o amor, se bem que eu creio que esse assunto deva ser entendido através da prática e não da teoria. Teorizar sobre sentimentos é tão árido... bom mesmo é sentir.

Seguem dois poemas sobre possíveis tipos de amor. Aliás, esses dois tipos eu conheço muito bem... o primeiro poema não é de um ninguém famoso, peguei por aí. Mas gostei! O segundo é famosíssimo.

Cacos de Amor Platônico

Teu olhar, que beijo,
em pétalas se desfaz.
Bem-me-quer, tu queres,
mal-me-queres, tanto faz.
Minto! Desejo-te loucamente
ainda agora, quem me dera fosse antes!
Dos teus sonhos aos teus beijos,
quero-te, louca amante!
Temo ousar a morte, amor,
sem ao menos ter vivido
Mas me mata ousar amar-te
e não ser correspondido!
Já sonhou Platão
ao esquecer-se dos sentidos:
todo o amor que temos
(e o amor que, então, sentimos)
é apenas um espelho
do verdadeiro Amor, implícito...
Procurei o Amor platônico
nos teus olhos, escondido.
Será que errou Platão?
Sim, perdeu todo o sentido...
Desejei, então, o espelho
onde o amor, que sinto, arde!
Não bastou-me os sentidos,
pois, amor, já era tarde!
Encontrei, sim, o espelho
E, no espelho dos teus olhos,
encontrei todos os sentidos!
Mas do verdadeiro Amor,
amor,
só encontrei cacos de vidro...
Brenno Kenji


Acrobata da dor
Cruz e Souza
( para ser lido ouvindo-se "Vesti La Giubba" da Ópera Pagliacci )

Gargalha, ri, num riso de tormenta,
como um palhaço, que desengonçado,
nervoso, ri, num riso absurdo, inflado
de uma ironia e de uma dor violenta.
Da gargalhada atroz, sanguinolenta,
agita os guizos, e convulsionado
Salta, gavroche, salta clown, varado
pelo estertor dessa agonia lenta...
Pedem-te bis e um bis não se despreza!
Vamos! retesa os músculos, retesa
nessas macabras piruetas d'aço...
E embora caias sobre o chão, fremente,
afogado em teu sangue estuoso e quente,
Ri! Coração, tristíssimo palhaço.
(De "Broquéis")

Friday, September 09, 2005 3:26:00 AM  
Anonymous Anonymous said...

Ai, Gus... Eu ainda quero, qualquer dia, ver essas tuas crônicas publicadas! São ótimas e super agradáveis de ler. Acho que também vou soltar a imaginação e me imaginar ao lado de alguma celebridade que, mais tarde, pague meu mestrado em Literatura Brasileira! rs!
Beijos!

Saturday, September 10, 2005 3:11:00 AM  

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