Panis et Nonsenses... !!!

Divagações, momentos, memórias, delongueadas, poulaineadas, patetices, cinismo, teses de sentido e validade duvidosos, jedaizices, incoerências ambíguas e sem lógica, e supercalifragilistiexpiralidosações em geral! Ou seja, eu... eu acho!!! Constante inconstância exclamativo-interrogativa... acho que isso diz muito e pouco, dependendo da ótica

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Não creio que esse perfil mereça algum esforço de boa descrição... Não que este daqui mereça, mas: http://www.orkut.com.br/Main#Profile.aspx?uid=995235312369024623

Monday, August 17, 2009

Gustavo e. s.

Costumo ter a petulância de achar que lembro de quase tudo da minha infância, ou quase tudo que foi relevante. Tipo o adesivo do Fleury Governador (como?!) que eu colei no meu pequeno Monza a pedal, ou os roteiros e falas da maioria dos desenhos do Pica Pau, ou a formação habitual de ataque dos cowboys contra os índios do mal no Forte Apache (eu não sei se eu já via western pra sempre matar os índios, devo ter tido essa idéia vendo a caixa do brinquedo), ou o adesivo Mickey&Minnie Mouse no vidro do Fiat Prêmio dourado da minha mãe. Mas quase.
Em Itatiba, há algo curioso e saudável, que vem numa época interessante da vida dos teens ou pré-teens, o Encontro de Jovens. A molecadinha de maomeno 13 anos, católica ou pseudocatólica ou querendo dar uma passeada com os amigos (creio que eu estava nos primeiros, e acho que ainda estou), passa uns dias em uma casa de retiro pensando sobre a vida, o universo, e todo o resto (42); sob viés religioso, obviamente.
O que nos interessa nesse caso é que, no último dia, antes de rever a família, todos recebem “no confinamento do BBB” cartas dos amigos e familiares, um pacotinho com um monte de mensagens. Me lembro de algo das minhas, estão em um baú, desses dias não passa minha visita ao fundo dele. Mas, vamos ao caso, essa história vem das de minha prima, que fez encontro quando eu tinha quase 7 anos, e recebeu uma sulfite deste que escreve.
Essa semana, retomou seu velho pacote e ontem me falou da minha carta. Tinha desenhos, é de se esperar, entre eles um grande navio. Nunca entendi de onde veio minha obsessão de infância por navios, que levou meus pais a comprarem lá em Ubatuba um daqueles de madeira e corda, uma respeitosa réplica artesanal de caravela que eu nem conseguia abraçar na época, e que fica até hoje no meu quarto. Não que eu não ligue para os navios hoje, pelo contrário, mas sem grandes paixões. Minha prima ainda diz que eu tinha uma frase começada, e recomeçada, a primeira sílaba solta no início e um recomeço da palavra com uma letra mais caprichada; não é de hoje que minha caligrafia é duvidosa.
Não me lembro de nada disso, nem acho que deveria, mas fui construindo a imagem de uma das minhas primeiras “cartas” na cabeça, eu que depois fui gostar tanto de escrever cartas e e-mails grandes. Mas o que mais me intriga agora a rever esse papel é a assinatura: “Gustavo e.s.”!
A Juliana me questionou sobre o que bozenas seria esse “e.s.”, e me frustro ao afirmar que não faço a mínima idéia!!! Essa assinatura aparece duas vezes na carta ainda, e não tenho uma só gota na Penseira (momento HP fora de tempo, hora e contexto, ok) que diga algo dessa abreviação. Desde que me lembro como gente, ou como esse similar, sou só o Gustavo F., e ponto.
“Gustavo e senhora?”, eu não era casado nem namorava! “Gustavo envia o Senhor”, eu tava numa vibe de profeta juvenil, tipo a Menina Pastora do Youtube, medomedomedo? “Gustavo está sacaneando”, com efeito retardatário de 15 anos, dado que eu estou com raiva por não lembrar? “Gustavo exaspera sentidos”, um momento pré-semiótico, dadá, de vaidade gratuita? “Gustavo enviou Sedex”, já que era uma cartinha (existia Sedex em 1994?)?
Gustavo evita saber.
Até gostaria, mas acho que não tem mais como...