Panis et Nonsenses... !!!

Divagações, momentos, memórias, delongueadas, poulaineadas, patetices, cinismo, teses de sentido e validade duvidosos, jedaizices, incoerências ambíguas e sem lógica, e supercalifragilistiexpiralidosações em geral! Ou seja, eu... eu acho!!! Constante inconstância exclamativo-interrogativa... acho que isso diz muito e pouco, dependendo da ótica

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Não creio que esse perfil mereça algum esforço de boa descrição... Não que este daqui mereça, mas: http://www.orkut.com.br/Main#Profile.aspx?uid=995235312369024623

Monday, June 12, 2006

Motivações incomuns

Teoricamente, o blog era pra ser um diário virtual. Como ninguém escreve todo dia, um diário não-diário virtual. Onde se escreve o que acontece, as novas, ora...
Tem uma porção de coisa acontecendo no momento. Tem a maldita da greve da faculdade que vai comer as minhas esperadas férias (e cujo tempo não vem sendo aproveitado com descanso, mas com o adiantamento de trabalhos), tem esse dia comercial (frase sobre, do coitado do Joel Barish: o Dia dos Namorados não passa de uma data comemorativa inventada pelos fabricantes de cartões para fazer as pessoas se sentirem como lixo; http://a-arca.uol.com.br/v2/artigosdt.asp?sec=2&ssec=9&cdn=9690 ) que não deixa loser algum feliz (ou seja...), há os 100 anos da banda onde toco (que vai ser muuuito bacana!), a copa de futebol (bom frisar que é de futebol; quando falam “do mundo” parece que é algo bastante importante), os vários filmes que andei vendo... Enfim, várias!
Porém, acho que isso tem saturado meu ser de tal modo que não tenho ânimo de colocar aqui isso. Curioso: geralmente, o escape do blog é um bom meio de dar fluência e ânimo aos temas, ou pelo menos debater eles melhor... Minha vontade é fazer um post com reminiscências, pensamentos, outro tipo de coisa. Aliás, essa vontade de postar repentina me pegou de calças curtas; deve ser temência de não ter tempo mais tarde de fazer isso.Vamos tentar?

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Hoje, após o banho, olhei para o meu pé molhado (não gosto da sensação de ter meu pé molhado... parece um limitante!) e me lembrei de uma boa cena da vida! Eu não devia ter mais que dez ou doze anos e, sentado nalgum canto após o banho, secava o meio dos dedos cuidadosamente. Sim, já haviam me explicado que o meio dos dedos com água acumulada dá (calma, não é dengue!) frieira... e ainda não existia o comercial de Vodol® a cada cinco minutos na TV pra que eu contestasse minha mãe. Eu já havia sacado faz tempo que a toalhona felpuda não era lá muito eficiente no meio dos dedinhos (até hoje; crítica aos fabricantes: façam uma pontinha mais fina!) e, não era a primeira vez, usava a parte externa da meia para fazer o serviço! Sim, passava a meia num contínuo vai-e-vem como se fosse uma serra, em cada vale entre dedos. Minha finada avó paterna, que tricotava numa poltrona próxima, dá uma risada de canto de boca: “O seu pai fazia isso igualzinho”!!!!!
Agora, me esclareçam, por favor, deixe-me tirar isso a limpo após tantos anos: éramos só nós, da família, ou tem mais gente no mundo que faz isso naturalmente?! Será que é algo transmitido geneticamente? Algum bem comum humano (seria muita pretensão falar aqui em inconsciente coletivo, hehe) que se manifesta de vez em nunca? Ou é mais comum do que penso? Os símios já o faziam ancestralmente, com folhas de árvore ou fibras naturais?
Falem a verdade, meia não é engraçada?! Além do fato de certas “raças de gringos” pendurarem na lareira (muitas já devem ter pegado fogo...), ou de certos setores estilísticos da raça humana gostarem de usá-las até o cóccix (confesso que não sabia como se escrevia essa palavra, obrigado Google e disco da Elza Soares) e com estampa listrada, ou da minha irmã ter ganho um par laranja cheddar com um laço preto tipo gravatinha em cima junto com um boné (comentário rápido: 99,9% das mulheres, em pelo menos 75% das ocasiões, ficam péssimas de boné; não que eu entenda ou queira entender de moda, mas...)...
As meias tem um formato bacana! Não sei explicar, mas o fato de serem aquela tripinha torta e macia, com uma gola e o calcanhar marcado... sei lá, eu acho meia bonito! Quando bem dobradinhas e passadas, amassada não!

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Um sonoro e forte AÊÊÊ para o grande Rodrigo! Sim, a foto do post anterior era da cena final de Back to the Future III!!! Eu não vou me estender sobre o quanto eu adoro essa trilogia, só o mix de estilos e a classe com a qual ele (Bob Zemeckis, o diretor!) amarra e finaliza toda a saga já davam uma tese acadêmica!

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Uma das coisas que mais me intrigam na vida é essa estranha sensação de melancolia feliz! Não sei porque isso me veio à mente, mas é a definição do que senti agora a pouco, revendo a minha coleção de músicas e ouvindo a maravilhosa “Adiós Nonino”, de Astor Piazzolla. E isso serve tanto para a melancolia externa bater e colaborar mais ainda com a pessoal (cumplicidade) quanto para a melancolia somente externa (nesse caso, a felicidade natural, pouco a se discutir!). Acho que isso é tema para um post vip, me lembrem...

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Eu gosto muito de ler biografias. Não aqueles tijolões do tipo “A super saga de Napoleão Bonaparte ao conquistar meio mundo, cair, voltar e cair outra vez... com detalhes”. Aliás, não que não goste desses, mas é que não me refiro a isso agora. Falo daqueles resumões que se acham na Internet, que vão além de um perfil cheio de dados e colocam uns casos engraçados da vida da criatura.
Lembrava hoje de algo que li sobre Gabriel García Márquez. Ele era colado no avó, que lhe contava muitas histórias (como a do peso do corpo que matou e teve que carregar) e que, quando ele tinha seis anos, morreu. “E desde então, não me aconteceu nada de interessante”, diz. Daí, se me lembro mais ou menos, o cara ficou anos sendo reporterzinho mambembe pra lá e pra cá, depois um repórter internacional, até começar a escrever! E, vejam só, deu em “Cem anos de solidão”, uma das histórias melhor me contaram até hoje!
Eu sonho desde pequeno em escrever livros (ser “escritor”, “autor”, é muita pretensão...). Agora, pense em todas as pessoas que escreveram maravilhas e nunca pensaram em colocar uma linha no papel até certa idade já meio avançada chegar! Saint-Exupery era aviador, de guerra e comercial. O Luis Fernando Veríssimo, com a sombra do pai (não deve ser fácil!), começou com mais de trinta!
Não te parece em certos momentos, amigo, que esse povo surge do nada? Que você fica horas, meses, anos batendo com a cabeça numa idéia e, do nada, alguém desse tipo que nunca tinha pensado seriamente na coisa em vida e te apresenta um trabalho tão incrível que você pede o cadarço do sapato dele com um autógrafo?!
Muitos escrevem desde sempre, mas vão arquivando... Isso não importa, o fato de uma certa altura, já mais alta que a média, da vida, resolver desencaixotar e começar a expor tudo, tomar coragem... é lindo!
Não falo com raiva ou inveja! Não, é uma admiração, fico pasmo! Dá a impressão de que o talento fica em quarentena muito tempo e, um dia, explode e começa a sair o material! É quase uma hérnia! Um bom vinho frutado!