Ciao, visitantes!
Pois bem, achei que o assunto desse primeiro post do blog (sim, os anteriores eram teste e apresentação, não contam) seria sobre alguma cena estranha e recente da vida, sobre algum texto ou sobre os excelentes filmes que vi nessa semana! Sim: temos “Antes do Amanhecer” (de Richard Linklater; esse ganha post em breve!) , “Má Educação”(Amodóvar... no comments!) e “Chinatown” (Roman Polanski; gostei muito dos três filmes dele que vi!). Porém, achei algo inesperado e vou tentar desenvolver...
Voltava para casa hoje, pouco antes das 11h, pelo caminho habitual, quando algo me chamou a atenção. Há ali uma tradicional fábrica têxtil (mais precisamente, de cobertores e edredons de excelente qualidade... palavra de usuário, sem puxasaquismo!), cujo simpático prédio é construído com um estilo já não mais utilizado, com tijolos à vista dispostos de modo geométrico em torno das portas e janelas, e uma grande torre/chaminé; realmente, muito harmonioso e convidativo! O que me chamou a atenção foi o fato de a chaminé, por sinal relativamente alta, estar sendo desmanchada!
Não sei bem se é porque não é mais usada (confesso que nunca reparei se saía ou não fumaça dela, mas creio que não... deveria ser de alguma caldeira de tingimento) ou porque era um risco mantê-la (muito alta e antiga, pode ter apresentado algum sinal de problema iminente), mas o fato é que essa demolição me chateia.
Já sentiram isso? Mesmo eu passando por lá todo dia e nem reparando tanto quanto deveria (e eu reparo demais nesse tipo de coisa, acho que ela era uma rara exceção), vai fazer falta. Em várias fotos antigas de indústrias, aqui da cidade mesmo, aparecem construções como essa. Será que um dia a gente vai conseguir explicar para um gurizinho como é uma chaminé de tijolos da industrialização paulista pós-café do séc.XX e o porquê era tão legal tê-la ali?
Bom, eu nem sei explicar bem (nem a sensação, nem pro tal guri)... Não que eu esteja sentindo isso profundamente e tal (eu me revolto em ver coisa antiga e bonita sendo ignorada, mas não é o caso exato), mas em algum ponto isso me incomoda. Temo, de verdade, é que ela não me faça falta... A gente se esquece fácil desse tipo de marco e, se algum dia alguém pergunta, sai um “Hum, eu acho que também tinha uma chaminé bonitinha ali e... hey, o café chegou!”!!!
Eu tinha visto um cara dependurado no topo esses dias, mas o tolo aqui imaginou que era da limpeza... E agora ela perdeu a ponta que era toda desenhadinha e adornada e mais um ou dois metros.
Fato irônico: do outro lado da rua (por sinal, muito bela, um retão com árvores grandes e sombreantes, de folhas esfarelantes que se amarelam na estação mais fria) havia outra indústria têxtil, com o mesmo trajeto histórico e peso para a cidade, etc., que fechou há uns dez anos e foi totalmente demolida ano passado... restando só a chaminé, que é idêntica à que estão demolindo agora!!!! Ou seja, de um lado da rua há uma chaminé de tijolos sem fábrica e do outro uma fábrica se livrando da sua chaminé de tijolos!
Fato que não tem nada a ver superficialmente, mas pode ter conteúdo simbólico (ou eu andei comendo chocolate demais, hahaha): ao lado, há um McDonald’s, que foi construído em terreno que pertencia à fábrica em questão! É o progresso...
Assim que eu cheguei em casa, peguei a câmera e voltei para lá (pertinho, uns 500m) tentar clicar! As fotos ficaram ruins não só pela minha habilidade escassa, mas era um ângulo horrível (quase me atropelam, fora as velhas no ponto de ônibus olhando e um carro passante que desconfio ser da minha professora de literatura), impossível conseguir algo bom com uma câmera sem zoom e no local onde eu estava. Aqui vai uma delas, só pra exemplificar, e que fique bem claro que ela está ruim e não faz jus ao troço.
De qualquer modo, estamos de olho!!! :O)
Obs. Final : Será que essa não é matéria muito idiota para um post? Bem, já foi...
Músicas da vez:
* Minute Waltz – Chopin (Uma delícia de se ouvir... um dia eu aprendo piano, depois do violino... anotem aí!)!!!
* Don’t dream is over – Sixpence none the richer (Nem sei o motivo, mas vai essa… talvez seja porque eu não queira dar grandes explicações e não tenho o que explicar, pois eu nada tenho a dizer sobre ela agora).
Gustavo Fattori