O que é um blog abandonado? Sim, é bastante comum, assustadoramente comum,
como tudo que é descartável e "di gratis".
como tudo que é descartável e "di gratis".
Não queria escrever isso agora, queria dormir. Mesmo. E, se não quisesse dormir,
assistiria ao fim de uma maldita comédia francesa genial, acabando com um corpo
mole de três semanas (falando em corpo e atuação, Paulo Autran...). Mas sei que
amanhã cedo não vou mais conseguir nem tentar colocar isso para fora. É a mesma
sensação que tive quando me veio essa necessidade de retomar essa escrita, ontem,
e certo de que chegando perto de um computador, ou com tempo de empunhar papel,
sumiria!
Voltava para o apartamento ontem, matando a metade final da aula na vontade de
aproveitar uma carona para minha toca natal. Na verdade, nem deve ter havido aula,
só a projeção de um segundo Cassavetes; depois acho cópia, nem que esmurre meu
E-mule ("meu", propriedade sobre programa open de compartilhamento, haha, gag
virtual mais sem graça; credo, Gustavo, toma tino!) ou a biblioteca me confine numa
cabine com VHS velho legendado em français).
aproveitar uma carona para minha toca natal. Na verdade, nem deve ter havido aula,
só a projeção de um segundo Cassavetes; depois acho cópia, nem que esmurre meu
E-mule ("meu", propriedade sobre programa open de compartilhamento, haha, gag
virtual mais sem graça; credo, Gustavo, toma tino!) ou a biblioteca me confine numa
cabine com VHS velho legendado em français).
(Eis um mal exemplo de querer exprmir quase tudo de um quase nada, que só existe
por ser uma brecha do quase tudo.) Devia deixar essa frase no final, mas como já
escrevi agora, deve ser mais honesto deixar aqui, só essa vez. Depois repito-a, tudo
bem.
por ser uma brecha do quase tudo.) Devia deixar essa frase no final, mas como já
escrevi agora, deve ser mais honesto deixar aqui, só essa vez. Depois repito-a, tudo
bem.
Ah, sim, voltava da meia-aula de Mss. E. Hamburguer sobre Cassavetes, com seu
hilário Dvd legendado em Lisboa, gajos! Mochila mais pesada do que deveria estar,
um mormaço, que palavra justamente indigna essa, acima do tolerável por esta mula
mal-humorada. Após aquela maravilha que é a FAU, o bem mais ignóbil IME (tá, OK,
eles tem um bom capuccino de máquina e uma xerox colorida confiável) e o IAG (sem
parênteses definido), roubava sombras do Clube dos Funcionários e do Bosque da
Física, já que não tive o saco suficientemente vazio para esperar o ônibus laranja
que avistei passando 45 segundos depois.
Em frente ao bendito bosque, onde conta-se que já habitou gente (não muito provável que fosse um físico, termine a relação por si mesmo e não me
comprometa...), dois ônibus "verde-Covabra/Sesi 13" de alguma escola de ensino
fundamental parados e uns 60 adolescentes serelepantes no que devia ser sua
primeira visita à Usp, talvez a primeira de uma vida cheia para algum do meio.
Lembrei-me de minha primeira visita ao campus, a misteriosa prova específica; entrei
no banheiro da Fea, vi um shopping center nível médio e achei esse papo de
educação pública sucateada um exagero (daí você entra pra valer, cresce, conversa,
usa e resolve queimar a Veja e o Estadão... menos o Caderno 2, OK!).
comprometa...), dois ônibus "verde-Covabra/Sesi 13" de alguma escola de ensino
fundamental parados e uns 60 adolescentes serelepantes no que devia ser sua
primeira visita à Usp, talvez a primeira de uma vida cheia para algum do meio.
Lembrei-me de minha primeira visita ao campus, a misteriosa prova específica; entrei
no banheiro da Fea, vi um shopping center nível médio e achei esse papo de
educação pública sucateada um exagero (daí você entra pra valer, cresce, conversa,
usa e resolve queimar a Veja e o Estadão... menos o Caderno 2, OK!).
Pois bem, e algo que me chateou, uma das árvores da borda do bosque tinha se
partido ao meio e metade do tronco, que não era um bloco único, estava caído no
chão, ainda ligado ao resto da árvore. Sim, triste, uma árvore muito bonita,
realmente me chateia. E vários dos adolescentes sobre ela, em pé ao longo do tronco,
posando para os personal-auto-paparazzi que são as câmeras de celular (nota
cultural: o termo paparazzi vem do Fellini, veja 'La Dolce Vita', de 1960). Ao lado,
um arco de primavera florida, vinho-avermelhada.
partido ao meio e metade do tronco, que não era um bloco único, estava caído no
chão, ainda ligado ao resto da árvore. Sim, triste, uma árvore muito bonita,
realmente me chateia. E vários dos adolescentes sobre ela, em pé ao longo do tronco,
posando para os personal-auto-paparazzi que são as câmeras de celular (nota
cultural: o termo paparazzi vem do Fellini, veja 'La Dolce Vita', de 1960). Ao lado,
um arco de primavera florida, vinho-avermelhada.
Me surpreendi por não ter reparado na árvore, nem nas flores, quando passara por
ali de manhã. Eu certamente reparo nesse tipo de coisa, ao contrário de conhecidos
que passam a meio metro na calçada ou eventuais tsunamis do Rio Pinheiros. Devia
estar pensando em algo muito profundamente, na aula de francês com prova da noite
anterior, no que fazer no feriado, em alguns benditos rumos para minha vida.
Sempre grudo nos passarinhos tesourantes que moram por ali, como bom caipira...
mas eles não estavam, só os posers do celular mesmo.
ali de manhã. Eu certamente reparo nesse tipo de coisa, ao contrário de conhecidos
que passam a meio metro na calçada ou eventuais tsunamis do Rio Pinheiros. Devia
estar pensando em algo muito profundamente, na aula de francês com prova da noite
anterior, no que fazer no feriado, em alguns benditos rumos para minha vida.
Sempre grudo nos passarinhos tesourantes que moram por ali, como bom caipira...
mas eles não estavam, só os posers do celular mesmo.
Me veio uma sensação das mais inexprimíveis, pero não inédita. Um misto de já ter
feito algo como aquilo e nem me lembrar, dado a idiotice do ato se de posar com um
bando de gente sobre um tronco recém-caído, e algum outro passante desolado e
distraído ter tido esse mesmo olhar sobre mim. Se virasse para trás, talvez visse um
Monica Vitti com Beckett encarnado, me olhando também (bom, melhor me segurar,
por esses campos vai longe demais, forget!), um quadro antonioniano. Um misto de
saber que aquelas crianças nunca mais se lembrariam daquilo, mesmo que numa
improbabilidade extrema aquele arquivo de celular não se perdesse, e mais extrema
ainda fosse para papel Kodak. Nunca mais se lembrão, sequer imaginarão que isso
tocou alguém, tocou alguém tão idiota quanto eu, e de modo tão idiota.
feito algo como aquilo e nem me lembrar, dado a idiotice do ato se de posar com um
bando de gente sobre um tronco recém-caído, e algum outro passante desolado e
distraído ter tido esse mesmo olhar sobre mim. Se virasse para trás, talvez visse um
Monica Vitti com Beckett encarnado, me olhando também (bom, melhor me segurar,
por esses campos vai longe demais, forget!), um quadro antonioniano. Um misto de
saber que aquelas crianças nunca mais se lembrariam daquilo, mesmo que numa
improbabilidade extrema aquele arquivo de celular não se perdesse, e mais extrema
ainda fosse para papel Kodak. Nunca mais se lembrão, sequer imaginarão que isso
tocou alguém, tocou alguém tão idiota quanto eu, e de modo tão idiota.
Idiota num nível de não saber direito, nem eu mesmo, o que é isso, nem meio que
amorfamente.
amorfamente.
Não é a nausea sartreana, no sentido mais nauseante que ela tem.O momento "ser-se" deve ter batido, de repente, aleatoriamente ou dentro da ordem
misteriosa em que as coisas acontecem, e assim deu-se. Nem culpo a árvore ou as
crianças como catalisador (palavra inadequada, né... depois da química de vestibular
e do Proconve, ficou concreto demais) ou culpado, claro, mas deu de ser assim.
misteriosa em que as coisas acontecem, e assim deu-se. Nem culpo a árvore ou as
crianças como catalisador (palavra inadequada, né... depois da química de vestibular
e do Proconve, ficou concreto demais) ou culpado, claro, mas deu de ser assim.
Oh, Lord!
Sim, eu me sinto um idiota. E não por isso, isso é reflexo, ou nem tem nada a ver
mesmo, mas encorpa o título.
Eis um mau exemplo de querer exprmir quase tudo de um quase nada, que só existe
por ser uma brecha do quase tudo.
mesmo, mas encorpa o título.
Eis um mau exemplo de querer exprmir quase tudo de um quase nada, que só existe
por ser uma brecha do quase tudo.
* * *
Sempre saem coisas estranhas, mas... o que houve comigo dessa vez? O que está
havendo?Calma, caros e caras, não é caso para suicídio, hehehe, talvez leve abstinência de
chocolate. Sim, eu sou um fraco, patético.
Escrito no bom e velho Notepad for Win, sem correção, gramatical ou
estrutural-formal, e segunda leitura. Desculpem as cagadas! E também não acho que isso seja poesia pura para estar nessa formatação, é que eu tô brigando com o blog e não consigo arrumar como um texto padrão!
A imagem tá aqui só porque é a melhor mesmo, dessa vez sem realções declaradas com o texto (escrevi declaradas!).
3 Comments:
Não tenho nada a escrever. Nem a pensar. Droga, quem manda ser o primeiro a escrever?! O texto diz tudo.
A propósito, passe longe (ou vá de cabeça, como quiser) no "A Fera na Selva" do Henry James. Passei apertado com ele nessa semana, e olha que estava de ótimo humor...
Ei,
o que dizer? Concordo que é estranho ver pessoas tirando foto em lugares que parecem tão ordinariamnente comum não é? Mas para eles pode vir a ser um lembrança de uma passagem úncia!! O que franceses devem pesnar de pessoa que cruzam o atlantico para tirar uma foto do lado de uma torre de metal que está sempre lá?!
Voltei a brincar de escrever, porcamente é obvio, mas está lá se quiser ver! Obrigada pelo estímulo!
Você e esse seu jeito de escrever que chega a ser abusado, de tão bom pra ler!
Logo programo uma viagem à Sampa e te convido, junto com a Carol, para que fotografemos os pássaros, que esses a gente pode não ver daqui a um tempo... a nossa vida muda, mas o que muda mesmo é o que não vemos! hehehe
Abraços, meu caro!
Post a Comment
<< Home