Panis et Nonsenses... !!!

Divagações, momentos, memórias, delongueadas, poulaineadas, patetices, cinismo, teses de sentido e validade duvidosos, jedaizices, incoerências ambíguas e sem lógica, e supercalifragilistiexpiralidosações em geral! Ou seja, eu... eu acho!!! Constante inconstância exclamativo-interrogativa... acho que isso diz muito e pouco, dependendo da ótica

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Não creio que esse perfil mereça algum esforço de boa descrição... Não que este daqui mereça, mas: http://www.orkut.com.br/Main#Profile.aspx?uid=995235312369024623

Sunday, November 04, 2007

Charlie Schulz, my pal! (É uma rima, OK?)

Ontem, pela manhã, peguei uma sulfite branca e comecei, inedito, a escrever esse post em 'suporte físico', como diria meu professor de fotografia. Ficou grande grande grande, digressivo e emocional demais. Vou direto para a segunda parte, que tem tatos um pouco mais realizados e menos contemplativos.

Na parte que cai, basicamente, eu topei por um grande acaso com um desenho dos Peanuts passando na televisão, ouvi o jazzinho e fui à sala conferir o que viam. E, por coincidência, horas antes pensara uns tantos no Charlie Brown, um personagem com o qual me identifico em muitos momentos (loser's odissey). Era um episódio um tanto triste, Snoopy partia (e voltava depois, claro!) e divaguei muito sobre isso enquanto via. Bem, é isso, as divagações são vergonhosas demais, vou digitar a parte mais lúcida.


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Mas, sufocado numa emersão, penso no Sr. Schulz. Sabe-se que dezenas de criadores que, após o sucesso e consolidação de um universo criado, vêem (esse acento no 'e' será extinto, devem saber... dane-se, vou continaur a usá-lo!) que não perdem grana - aliás, ganham mais no tempo livre - ao repassar as diretrizes para roteiristas e desnehistas, montam uma sala cheia de gente para ficar sozinho na sua própria, fazendo outras coisas que não produzir. Compreensível em casos como o Mauricio de Souza, como criar 30 gibi por mês por 40 anos, cara pálida?! Mas há os sacanas. O Bill Waterson não era, e parou em 96, quando não aguentava mais a pressão para entregar Calvin&Hobbes.

Volto ao Sr. Schulz. Por mais de 50 anos, ele se sentou todo dia na prancheta e fez uma tira. Uma caneta para desenho, uma de ponta grossa para os berros da Patty Pimentinha, uma para os cotornos dos quadros. Não era um purista, era um homem simples, um homem bom.

Fez isso todo dia, parando pouco antes de morrer, o câncer (de intestino, se me lembro bem) o ocupava bastante nessa altura do campeonato; já ganho, por ele.

Escrevi tudo isso, tudo isso, por causa do homem bom. Charlie M. Schulz me parece um homem bom. E é uma imbecilidade pensar assim; Groucho Marx parece um homem fantástico, mas gostava muito de humilhar as esposas publicamente e foi um péssimo pai. Não vale a pena citar o número de músicos, pintores, cineastas que não valiam o próprio vomito de sarjeta, como cidadãos ou familiar, mas ampliaram meus horizontes com sua criação, me fizeram feliz.

O ponto não é discutir as secretas vicissitudes entre criadores e criaturas, os mitos e os homens que os embasam. Isso nunca vai ser resolvido, e pode ser até muito chato, apesar de belo e intrigante. O que me vem é: não sei sobre a vida do Charles, só a do que ele criou. Posso imaginar o bendito erroneamente, um velhinho bom pai de família, numa casa simples e simpática, plantando margaridas e tomando licor. E, sim, é uma fraqueza pessoal pensar nesse tipo de estrutura burguesa familiar como primeiro meio para o bom homem, naturalmente que um punk velho do Bronx pode sê-lo mais sinceramente que ele; desculpe, fica assim! Fico feliz por ter essa consciência, mas ainda sou muito... não sei como definir... para que a primeira imagem não seja a descrita. Não sei se cabe discutir se é inconsciente coletivo misturado a uma contaminação social-midiática a la propaganda do Banco do Brasil, ou podreira pessoal burguesa culpada, mas é, fazer o que.

Só sei que ele fez isso toda a vida, que tal fato me toca quase tanto quanto o conteúdo (o que não é pouco), e que basta para desejar, ardorosamente, que ele tenha sido mesmo um bom homem.
O que quer que isso seja.


Ainda é difícil definir um bom homem!
Que puxa!

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Pesquisei hoje na internet, muito brevemente. Schulz é acusado em biografia não oficial de ser ele mesmo "um Charlie Brown crescido, mas que afogava sua melacolia correndo atrás de mil mulheres". Pois é. Queime esse post stronzo.

Charlie Brown não seria assim. Acho eu que ele continuaria comprando beagles o resto da vida. E isso não é um moralismo, adultério parece mesmo quase orgânico no american way médio do século passado; mas o Charlie, sem a garotinha ruiva, ficaria com os beagles.


Acabo de descobrir que os temas musicais do desenho eram do Henri Mancini (trilhas do Blake Edwards)... legal!
E eu deveria seguir mais o conselho da primeira tirinha aqui...

3 Comments:

Blogger LZ said...

"Sou o que quero ser, porque possuo apenas uma vida e nela
só tenho uma chance de fazer o que quero.
Tenho felicidade o bastante para fazê-la doce,
dificuldades para fazê-la forte,
Tristeza para fazê-la humana e
esperança suficiente para fazê-la feliz.
As pessoas mais felizes não tem as melhores coisas;
elas sabem fazer o melhor das oportunidades que aparecem em seus caminhos"
Lispector, C.

Friday, November 09, 2007 8:34:00 PM  
Blogger Mauriah said...

Ei Gus,
como vai?
Adorei a história, acho q todos temos um pouco do charlie...não sei, gostava mesmo era da professora dele!!
Quando vai me enviar seus roteiros? gosaria muito de ler!!
Bjão

Friday, November 09, 2007 10:19:00 PM  
Anonymous Anonymous said...

O que te motivou a escrever esse post foi a matéria sobre o Schulz na Ilustrada de quarta, né? Por favor, diga que sim, sincronicidade de novo não!!!

Saturday, November 10, 2007 10:54:00 AM  

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